“Conhece-te a ti mesmo”.
Na Grécia do século IV a.C, esta frase ornamentava o pórtico de entrada do templo dedicado ao deus Apolo, na cidade de Delfos. Não se sabe ao certo quem foi o seu autor, mas a sentença era tida pelo povo grego como um oráculo – uma mensagem do próprio Apolo ao povo grego. A partir disso, a grande tarefa da humanidade estaria relacionada a buscar o conhecimento de si para, então, conhecer a verdade sobre o mundo.
Milênios se passaram e o desafio de conhecer a si mesmo continua sendo o caminho para solucionar muitas das nossas dificuldades. Mais que isso: é a chave para acessar o nosso desenvolvimento pessoal.
Afinal, o que tem a ver autoconhecimento e inteligência emocional?
Hoje eu quero te ajudar a clarear esta associação!
O desenvolvimento do autoconhecimento é um processo pessoal baseado na reflexão sobre as suas características, hábitos e ações, sobre você com você mesmo.
Peraí, mas isso não acontece naturalmente?
Infelizmente, a maioria de nós está acostumado a colocar o foco nas situações que nos rodeiam ou seja, no problema e não no que acontece conosco diante destas situações. Quando deixamos o olhar para nós mesmos ficar em segundo plano, perdemos uma grande oportunidade de nos conhecermos e de lapidar os nossos comportamentos àquilo que consideramos ser o melhor para nós.
Vamos a um exemplo bem simples:
Pense comigo, neste momento você tem alguém da tua relação bem próxima que está infeliz no seu atual emprego, porém, confortável com a rotina. Há um tempo atrás, essa pessoa gostava do que fazia, mas em algum momento deixou de sentir prazer na sua atividade, não se sente mais desafiada, porém não passa pela sua cabeça sair do emprego, mudar de atividade, por estar acostumada e, até mesmo, presa mentalmente à rotina e a falsa segurança que o salário fixo trás no final de cada mês. Com isso, seus prazeres são completamente alheios à atividade laboral.
Um belo dia… boom! Essa pessoa foi demitida e o mundo dela desabou.
Você pode estar pensando “nossa que história triste”… sim, triste mesmo, porém como diz o velho e bom ditado, “nada como um pé na bunda para te levar pra frente”!
Este é o relato de um coache que eu atendi no decorrer da minha caminhada. Sabe que eu gosto de desafios assim, quando podemos sentar e repensar a nossa vida, nossos objetivos, nossos sonhos, quando temos esse tempo, isso tudo é muito valioso.
Neste caso específico, meu coache queria voltar ao mercado de trabalho e ele chegou até a mim com esse objetivo.
Chegou, então, a hora de reorganizar sua nova rotina para voltar e, aí, ele descobre que seus objetivos já não são mais os mesmos e é obrigado a confrontar a realidade de que não quer passar ainda mais tempo da sua vida fazendo as mesmas coisas e que aquele trabalho anterior já não lhe realizava profissionalmente.
Subitamente, meu coache descobre que já não sabe mais NADA sobre si mesmo. Que, durante anos, deixou de olhar com atenção para as suas próprias características, vontades e anseios. Agora, a ficha caiu e o relato dele foi: não faço a mínima ideia de por onde devo começar ou recomeçar.
Essa história pode parecer um pouco extrema, mas eu te garanto que milhares de pessoas se identificam com ela ou já passaram por algo parecido em algum momento.
Agora, pense comigo: se essa mesma pessoa já estivesse trilhando uma jornada de autoconhecimento, num processo de aprimorar comportamentos e utilizar as emoções a seu favor e sendo capaz de identificar seus desejos e de transformá-los em objetivos… ela poderia ter sido demitida, da mesma maneira. Porém, enxergaria no final deste ciclo a grande oportunidade de colocar outros planos em prática.
Você entende que a maneira que interpretamos e reagimos às circunstâncias varia completamente de acordo com o nosso grau de autoconhecimento?
Mas como eu posso desenvolver o meu autoconhecimento?
Apesar de parecer um produto natural da nossa individualidade, o autoconhecimento pode ser uma estrada sinuosa, em que necessitamos de métodos para desvendar a complexidade existente dentro de nós mesmos.
E para meu coache do relato acima, o método utilizado foi um processo de coaching, onde focamos em dois pilares: objetivo pessoal e objetivo profissional, que o fez voltar mais forte. Trabalhamos fortemente no seu autoconhecimento, no olhar para dentro, no novo encontro com a sua própria identidade – sim a própria identidade. Estamos acostumados a nos moldar para agradar os outros e chega um momento que não sabemos mais quem nós somos de verdade, quais as nossas verdades, nossos valores, nosso propósito de vida.
No objetivo profissional, conectamos com as suas principais competências, aquilo que ele gosta e se sente realizado em fazer, que liga diretamente ao propósito de vida,
Recentemente abordamos por aqui o conceito de Inteligência Emocional e os cinco pilares, que dizem respeito a algumas competências que concretizam este processo. Para refrescar a sua memória, essas habilidades dizem respeito à autoconsciência, autorregulação, automotivação, empatia e habilidades sociais.
A inteligência emocional é, portanto, mais uma ferramenta importante para nos auxiliar nesta jornada do autoconhecimento, que envolve não apenas a observação das suas características e complexidades, mas também o desenvolvimento da capacidade de adquirir controle sobre elas, usando-as a seu favor.
Preparado para conhecer, de verdade, você mesmo?
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Fontes:
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. 82 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
LAERCIO, Diogenes. Vidas de los filósofos más ilustres. Domínio Público. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bk000431.pdf>. Acesso em 21 mar 2021.