A pandemia da Covid-19 teve impactos significativos, em maior ou menor grau, na vida de todos nós.

Além de incorporar novos hábitos para garantir a nossa saúde e a segurança de todos que pertencem (ou pertenciam) ao nosso convívio, milhares de brasileiros tiveram de adaptar a jornada de trabalho ao ambiente doméstico, no chamado home office, ou trabalho remoto.

Se você se encaixa nesta situação, provavelmente deve ter enxergado as mudanças na rotina mais ou menos como nos exemplos a seguir.

Para muitos, o conforto do lar significou uma melhor qualidade de vida, a partir da dispensa de enfrentar o trânsito ou encarar aspectos eventualmente desagradáveis do ambiente de trabalho.

Dormir um pouquinho mais, trabalhar de pijama, almoçar no conforto do lar, liberdade para administrar alguma questão pessoal durante o expediente… muitos fatores fazem com que o trabalho remoto seja preferível à rotina convencional.

Por outro lado, há quem sofra com saudade do convívio e da rotina, desde hábitos que envolvem o autocuidado, como o ritual de se arrumar para o trabalho, até às questões referentes à socialização, que faziam parte de grande parte das rotinas.

Estabelecer os limites da jornada no âmbito do serviço remoto também virou um verdadeiro pesadelo para muitos profissionais, seja pela interferência das atividades domésticas durante o trabalho remoto, pela dificuldade de readequar a rotina laboral à própria casa ou, ainda, pela falta de uma dimensão mais precisa dos horários de trabalho.

Recentemente viralizou nas redes sociais um vídeo onde o participante do Big Brother Brasil João Luiz comentava os efeitos nocivos da jornada remota à sua rotina de trabalho, como professor de Geografia.

Docente da rede pública, ele viu a dinâmica dos seus alunos, dentro de casa, ser transformada pela necessidade de assumir novas responsabilidades, como cuidar de irmãos menores e auxiliar nas atividades domésticas.

Apesar do horário delimitado para as interações da classe, o professor relatou que as mudanças na rotina levavam muitos alunos a enviar questionamentos fora de hora sobre as lições.

“Às vezes um aluno mandava uma mensagem às oito horas da noite. Eu, teoricamente, não deveria responder, mas eu respondia porque sabia que se não respondesse naquela hora, ele não iria mais fazer”, expôs na conversa, salientando que a percepção de aumento na carga de trabalho tem sido uma constante entre professores.

Essa sensação de cansaço é compartilhada pelos mais diversos profissionais e é um dos pontos que nos direcionam para o assunto de hoje: como amenizar o impacto do trabalho remoto com o uso da Inteligência Emocional e como ela pode te ajudar a lidar com situações do dia a dia.

Use a Inteligência Emocional para auxiliar

Além do autoconhecimento, um dos grandes benefícios proporcionados pelo desenvolvimento e uso da Inteligência Emocional na sua rotina é o aprimoramento da maneira como você se relaciona com as outras pessoas.” Mas se no trabalho remoto mal precisamos conviver, como isso pode me ajudar?”, você pode estar se perguntando agora.

Apesar das interações terem, de fato, se tornado mais limitadas, isso não significa que elas se tornaram mais fáceis. Pelo contrário: se, dividindo o mesmo ambiente, já era difícil entender e se relacionar com o outro, imagina em uma lógica em que quase não há espaço para aqueles momentos de descontração que quebram o gelo e estreitam laços?

No trabalho remoto muitas vezes as relações ficam mais frias, sem sentir e olhar no olho mais de perto.  

Distanciou a convivência e, diante da impossibilidade da presença física, o novo sistema pode ter tornado as nossas relações de trabalho menos pessoais e mais mecânicas. É preciso ter cuidado, sobretudo se você exerce um papel de liderança, para manter o engajamento da equipe e a motivação de todos os membros do seu time.

Harvey Deutschendorf, autor de artigo publicado no portal Fast Company, elenca 7 dicas para auxiliar gestores no exercício do papel de liderança a empregar a Inteligência Emocional durante o trabalho remoto. Confira:

1. Reflita e personalize sua comunicação

Busque entender e atender as necessidades da sua equipe na maneira como você se comunica com cada membro do seu time.

Lembre-se que, mesmo no trabalho remoto, as pessoas têm a necessidade de serem ouvidas e, assim como a rotina se adaptou às necessidades impostas pelo isolamento, a comunicação também precisa do seu esforço para ser adaptada ao melhor formato.

Eu uso no meu dia a dia uma dica que pode ser valiosa para você: conheça bem cada membro da sua equipe. Só assim você saberá comunicar melhor com cada um, mesmo que saibamos que, muitas vezes, a comunicação precisa ser para o grupo.

Conhecendo o perfil do seu grupo, seu time, a maneira de comunicar será mais amigável.

2. Crie oportunidades para o contato “cara a cara”

Ainda que de maneira remota, procure utilizar recursos onde as pessoas possam ser vistas e ouvidas. É importante ter em mente que a distância física também leva a um distanciamento psicológico, tornando mais difíceis as conexões em um nível emocional.

Como líder, é seu papel assegurar que cada membro da equipe cultive o sentimento de pertencimento.

E, para que isso ocorra, a relação não pode esfriar. Ou seja: mantenha constantemente o contato com seus colaboradores e perceba como cada um reage esse novo momento. Assim, você conseguirá atuar de uma forma mais positiva.

3. Utilize meetings para compartilhar momentos

Que tal utilizar as ferramentas disponíveis para reuniões e conferências online para trocar experiências e dialogar mais com a sua equipe?

Quem exerce o papel de liderança pode cultivar o hábito de compartilhar suas histórias, incentivando os demais a fazerem o mesmo, promovendo um intercâmbio de conhecimentos e vivências, além de fortalecer o elo entre as pessoas.

Crie momentos em que cada um possa falar e compartilhar um pouco de como está sendo essa nova experiência, pontos positivos e negativos. Será enriquecedor para todos.

4. Valorize os pontos em comum

Conhecer as individualidades e ter um olhar sensível para os aspectos humanos é importante para criar e fortalecer conexões entre as pessoas. Sem o elo do ambiente compartilhado, isso pode ser mais difícil, por isso, exige mais sensibilidade e iniciativas inovadoras.

Um dos pontos cruciais para o líder ser mais humano e saber lidar com cada membro da equipe é conhecer cada ser humano individualmente. Isso demanda tempo, porém os ganhos são muitos maiores e podem surpreender. Faça um teste!

5. Reconheça conquistas e celebre sucessos e ocasiões especiais

Metas da empresa, aniversários, nascimentos…Valorizar conquistas e celebrar momentos especiais são uma ótima oportunidade de reforçar o sentimento de pertencimento e de parceria entre pessoas, mesmo que durante o trabalho remoto.

Todo ser humano gosta de se sentir acolhido, amado. A sensação de pertencimento é valiosa e você pode proporcioná-la à sua equipe, mesmo à distância.

6. Lidere com empatia

Seja emocionalmente consciente: procure entender as dores das pessoas que trabalham com você, especialmente num momento crítico, como é a pandemia. Este é um momento de doença e de perdas, que envolve abalo psicológico e emocional em maior ou menor grau. Desenvolver e proporcionar um ambiente de acolhimento é importante para fortalecer as pessoas que trabalham com você, tornando-as mais unidas entre si e à empresa.

A empatia é o que mais estamos precisando nesse momento, de todos os lados. Pratique-a o tempo todo.

7. Busque oportunidades para encontros pessoais

O contato pessoal nunca poderá ser substituído, não é verdade? Apesar de ainda não ser recomendado aglomerar, pense em oportunidades de reunir pessoas, seja em função da agenda formal ou para um momento de lazer ao ar livre. Encontros pessoais reforçam as conexões e o sentimento de união.

Os encontros podem e devem ser sem aglomeração, com distanciamento e todos os cuidados. Mesmo que de longe, faz um bem grandioso.

Se você se identificou e não está conseguindo lidar com todos os desafios diários, nós podemos te ajudar, entre em contato.

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Fontes:

DEUTSCHENDORF, Harvey. 7 ways to manage remote workers with emotional intelligence. In: Fast Company. Publicado em 24 de jun. 2020.

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