Empatia é, sem dúvida, um termo que passou a ser ainda mais exigido no nosso cotidiano a partir da pandemia do coronavírus. Mais que uma habilidade, ela é considerada requisito para a própria prevenção e combate à disseminação da doença, uma vez que, quando se trata de um vírus tão infeccioso e perigoso, as nossas ações impactam diretamente sobre o destino do outro.

Esse cuidado com o outro é um ótimo exemplo do que é a empatia na prática.

Mas para começar essa conversa, vamos a uma definição mais apurada sobre o seu conceito!

O que é empatia?

Uma palavrinha cada vez mais popularizada, mas que carrega muita profundidade de significado e de experiência prática. Empatia, conforme o dicionário, é a “ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias” ou, ainda, “aptidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc”.

Esse conceito costuma ser simplificado para “colocar-se no lugar do outro” ou “sentir a dor do outro”. Há controvérsias sobre a capacidade de projetar a compreensão à percepção de como o outro enxerga ou sente ser considerada uma habilidade inata, ou seja, algo que pertence à nossa natureza. Por isso, por muito tempo, houve divergências sobre a possibilidade da empatia ser algo que pudesse ser ensinado.

Entretanto, justamente por se tratar de uma habilidade, a empatia pode ser desenvolvida. E mais: pode transformar a maneira como conduzimos as nossas relações interpessoais, profissionais e de liderança.

O que diz a ciência?

Apesar da empatia ser uma habilidade básica, pertinente às interações humanas, as bases neurais envolvidas no seu funcionamento não são completamente conhecidas. (Levy, J. et al. 2019). Porém, ainda que estes mecanismos neurológicos relacionados à sua percepção não sejam identificados, pesquisas dos últimos anos indicam que é possível aprender ou ampliar a empatia mediante treinamento de habilidades e estímulos (Riess H. 2017).

A empatia está relacionada à nossa capacidade de identificar e de compreender os sentimentos e emoções dos outros seres. Alguns especialistas também pontuam que, numa perspectiva histórico-cultural, ela trata de algo além da expressão de afeto, mas que signifique uma habilidade construída e manifestada a partir da nossa interação com fatores biológicos e culturais.

Isso quer dizer que, para que a empatia seja aprendida e desenvolvida, precisamos estar inseridos em contextos que nos permitam transformar e sermos transformados. A empatia carece do estímulo humano, da interação e da socialização. A partir desta abordagem, fatores sociais, como o momento histórico, a cultura vigente, recursos oferecidos, relações sociais, classe social ou educação são fatores que moldam uma empatia mais ou menos aflorada.

Como desenvolver a empatia

Como em todo o universo dos estímulos que constituem a formação do nosso caráter, a família tem um papel importante no desenvolvimento da empatia durante a infância e o desenvolvimento. Vale lembrar que o maior motivador do nosso aprendizado nestas fases é o exemplo.

Assim como determinados comportamentos podem ser adquiridos a partir da observação dos padrões comportamentais dos pais, as crianças também podem ser estimuladas a desenvolver um olhar mais empático se isso fizer parte da lógica praticada dentro de casa. É importante ensinar a imaginar o que o outro sente. Quando as primeiras interações sociais acontecem, por exemplo, é importante mostrar à criança que determinada atitude pode magoar um amiguinho e que ela gostaria de ser tratada da mesma maneira.

É importante desenvolver a perspectiva de que não é necessário sentir a dor para saber o que ela significa. Não é preciso sentir fome ou ser submetido a algum tipo de violência para compreender que essas realidades são tristes, dolorosas e que merecem um olhar de compaixão.

Nem sempre sabemos como lidar com a dor do outro, é verdade. Empatia não diz respeito, necessariamente a sofrer e buscar maneiras de resolver problemas alheios (embora seja louvável a atitude de quem consegue fazê-lo, como voluntários das mais diversas causas), mas é sobre não ser indiferente à situação do outro e ter uma dimensão do que ele vive ou enfrenta no momento.

A rotina, o contexto social repleto de vulnerabilidades e as nossas experiências podem fazer com que desenvolvamos uma “casca” ao longo do tempo, deixando prestar atenção ao outro. Remar contra a maré do individualismo exacerbado é um desafio na atualidade e é algo que vale a pena quando descobrimos o poder das conexões, do trabalho em equipe e das experiências compartilhadas.

Ainda que tenhamos um receio tremendo da vulnerabilidade, é através dela que nos conectamos de maneira mais profunda. Por isso é tão necessário resgatar a empatia dentro de nós mesmos, treiná-la e colocá-la a serviço das nossas relações.

Olhe para dentro de você.

Essa tarefa pode não ser simples, por isso, vale a aplicação de algumas ferramentas, como o teste de empatia.

Agora, observe como anda a sua capacidade de olhar para o outro.

Reconheça os seus sentimentos e aprenda a acolher o que existe aí dentro. Esse é o primeiro passo para ser capaz de fazer isso, também, com as outras pessoas.

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Fontes:

Bulhões, Nice. É possível ensinar empatia? A Cidade On, 2021.

Levy, J., Goldstein, A. & Feldman, R. The neural development of empathy is sensitive to caregiving and early trauma. Nat Commun, 2019.

Riess H. The Science of Empathy. Journal of patient experience, June 2017:74-77.Sage Journals, 2017.

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