Em meio a correria do dia a dia você já se sentiu sobrecarregado, cansado e se virando em mil para conseguir fazer tudo o que precisa?

Imagino que sim, quem nunca passou por isso?

É normal isso acontecer, porém, até que ponto isso deixa de ser saudável e passa a te deixar vivendo em um piloto automático?

Vou relatar o que aconteceu comigo, e não faz muito tempo…

Eu costumo ter sempre duas agendas, a minha pessoal e profissional para que eu não corra o risco de esquecer de me cuidar, e as duas devem andar juntas em um único lugar.

Eu uso uma agenda que chamo ela de agenda colorida. Nela, tenho todos os dias da semana e incluo todas as minhas atividades.

Então, em um dia desses estava na minha agenda ir ao dentista, uma consulta de rotina, fazer limpeza nos meus dentes, o que é importante para o meu autocuidado. No dia e hora marcada eu me dirigi até o consultório caminhando, pois fica perto da minha casa. Chegando lá, fiz todos os procedimentos e cuidados higiênicos, usei uma sapatilha nos pés, um avental para proteger a roupa… e tudo mais.

O procedimento foi rapidinho e como eu estava com pressa, saí correndo para voltar pra casa e continuar a rotina do dia. Foi quando eu entrei no elevador do meu prédio, fechei a porta, olhei para baixo e vi que eu estava com a sapatilha do dentista nos meus pés rsrsrs. Gente, foi muito engraçado, eu comecei a rir de mim mesma e pensei: estou no piloto automático, sim ou com certeza?

Por que eu estou contando essa história? Por ser apenas um simples e pequeno exemplo de que o nosso piloto automático está sempre ligado e ele funciona muito bem quando não prestamos atenção em nós, nos nossos comportamentos, quando não estamos presentes em nós mesmos.

E quando falamos de presença, gosto e me identifico com Marshall Rosenberg quando ele diz que “existe uma forma de egoísmo que faz com que fiquemos tão plenos que acabamos tendo muito a oferecer aos outros”.

Vamos fazer um pequeno desafio:

Hoje sua agenda está muito cheia, você não sabe por onde começar, o que você faz?

1. Eu penso, eu ajo.

2. Eu penso, eu sinto, eu gostaria, eu aspiro e eu ajo.

Qual seria a tua reação? Anote a resposta para no final da leitura você saber em qual estágio de autocuidado você está vivendo.

Quantas e quantas vezes já ouvimos “Vamos cuidar de nós mesmos antes de pensar em cuidar dos outros”. Essa frase é bem familiar, principalmente para mamães de primeira viagem. Eu passei por isso e me fazia (e faz) muito sentido até hoje. Se eu não estivesse bem, como iria cuidar da minha filha que dependia de mim?

Para que isso funcione no dia a dia, temos que iniciar com pequenas mudanças de hábitos e comportamentos.

Estar presente com o meu “eu” requer aprender todos os dias a estar no “meu” corpo e sentir a “minhas” emoções.

Em algum momento você já sentiu seu corpo sofrer, algo que tenha acontecido e você teve que parar tudo para cuidar do “seu corpo”ou da “sua mente”ou do “seu”coração? Tem vezes que ainda há tempo para esses cuidados e outras vezes não mais.

Para David Komsi “quando nos concentramos no nosso corpo, essa atitude abre em nós um espaço de conexão conosco mesmos e de calma e é isso que permite a verdadeira vida, aquela que se vive, não aquela que se pensa”.

Forte, não?! O autocuidado é algo indispensável para a vida, preste mais atenção.

Mas o que é o autocuidado mais precisamente?

Quando cuidamos de alguém que amamos, nosso objetivo é fazer com que a pessoa se sinta bem, feliz e satisfeita, não é? Com o autocuidado, a intenção é parecida, mas o foco é você. Isso mesmo, você!

Basicamente, o autocuidado são ações e atividades que colocamos em prática para cuidar da nossa saúde, física e mental. E, para isso, é preciso que você tenha uma rotina que inclua algumas ações que geralmente são ignoradas, isso irá fazer toda a diferença, sabe por quê?

Ao prestar atenção no nosso corpo conseguimos perceber que somos iguais a uma árvore, por exemplo, enraizados no solo. Estar consciente daquilo que vive dentro de nós nos deixa mais vivos, mais alertas e principalmente abertos para o que pode vir de fora, ou perceber enquanto há tempo que não somos assim.

Quando estamos mais presentes em nós mesmos do que na situação, criamos uma distância que nos protege e preserva a qualidade das nossas relações, já que diminuímos assim consideravelmente a nossa reação emocional.

Pense nisso, tire alguns minutos do seu tempo e avalie, anote momentos em que você se esquece de levar em conta o que o seu corpo e sua mente estão vivendo:

Como você se sente depois?

Quais momentos você cuida do seu corpo?

Qual o sentimento que você tem depois?

Vale lembrar que o autocuidado, associado a hábitos saudáveis, contribui para que você possa enxergar mudanças muito positivas na maneira como lida com a sua rotina. As suas emoções e corpo também são beneficiados e tudo isso reflete em qualidade de vida e bem-estar.

Alguns benefícios como:

Autoempatia – quer estar presente nas suas emoções e necessidades? Um instante de presença em você mesmo vale mais do que mil boas ações. E a autoempatia nada mais é do que tirar alguns minutos para se ouvir, prestar atenção do lado de dentro, aceitar o que está acontecendo ali, é o egoísmo próprio, faz muito bem.

Aumenta a autoconfiança – quer se sentir mais confiante para encarar os desafios e dificuldades? Pois saiba que incluir o hábito de autocuidado traz autoconhecimento e uma percepção positiva de tomada de consciência sobre o que está dentro de você e sobre a sua vida.

Ajuda a construir a autoestima – acreditar mais em você é um dos primeiros passos para ter uma autovisão positiva, certo? Ao aumentar a autoempatia, a autoconfiança, a autoestima também vai lá pra cima!

Eleva o equilíbrio emocional – já parou pra pensar em quantas vezes você já negligenciou seus sentimentos, suas emoções? O grande problema é que elas funcionam como “bombas-relógio”, que disparam na forma de crises existenciais ou rompantes emocionais. Quando você trabalha a sua mente, a chance de isso acontecer diminui, o caminho nos informa e nos dá sinal de alerta, equilibra nossos sentimentos e emoções.

Diminui os custos com saúde –  todas essas mudanças positivas também têm impactos físicos muito importantes. Graças ao autocuidado, você passa a dar mais atenção para o seu organismo, o que permite cuidar da saúde de maneira preventiva.

Quer colocar em prática?

Comece definindo quais são as “suas” necessidades: vitais, segurança e de plenitude;

Analise quando você está fazendo cada uma delas e pergunte: que necessidade estou satisfazendo? Ela é uma necessidade mesmo?

Respeite os sentimentos, nenhum sentimento cai do céu, ele é provocado pelas necessidades que residem dentro de você.

Pratique exercícios físicos, atividade física é uma ótima maneira de manter a mente e o organismo em movimento, liberando substâncias que dão a sensação de bem-estar.

Foque na sua energia – traga a energia para o presente, analise para ver se você não está dando atenção mais para o passado ou para o futuro. Você está no seu corpo ou no mundo da lua, fora de si?

Fique perto de quem você ama – cercar-se de boas energias é uma ótima forma de cuidar de si. Então, esteja sempre perto de quem você ama. Tire um tempo para curtir a família, os amigos ou mesmo os animais de estimação.

Tenha um tempo para si – ao mesmo tempo, não podemos ignorar a importância de ter um período a sós. A cada dia, dedique alguns minutos para aproveitar a própria companhia, longe das preocupações cotidianas, para ter consciência daquilo que está acontecendo dentro de você, físico e emocional.

Saia da rotina – também é interessante não deixar que todos os dias comecem e terminem da mesma maneira. Sair da rotina é importante para estimular sua mente e suas emoções e para evitar o tédio do dia a dia.

O autocuidado te levará a um novo patamar de consciência do que você está vivendo, é a

capacidade mental de lidar com os desafios e as oportunidades da vida, principalmente em momentos de dificuldades, pois:

  • Mesmo que você não possa fazer nada diante de uma situação, só o fato de verbalizar o seu estado de espírito, já alivia a tensão interior.
  • Quando você parar para conhecer os seus sentimentos e refletir sobre as suas aspirações e necessidades, terá mais clareza de que ações pode fazer para satisfazê-las.

Tenha hábitos saudáveis, eles são essenciais para aumentar a qualidade de vida e o bem-estar. Além da atenção com o corpo, essas mudanças ainda ajudam a manter a saúde emocional.

Toda vez que você se ver em uma situação de correria, lembre-se, “…você pode ter a tendência a um estilo de vida hiperativo e agitado para se distrair do vazio e da solidão de existir por meio de um eu falso. Isso pode ser confundido com vivacidade. Você pode parecer externamente saudável do ponto de vista emocional, mas, na verdade, a sua identidade é uma ficção. Você não está vivendo no presente”, trecho no livro Como desenvolver saúde emocional, de Oliver James.

Autocuidado: Vamos começar os cuidados? Sim ou já?

Reflexão do exercício sobre a sua reação da agenda cheia, o que você faria. Se você respondeu a:

Opção 1. Eu penso, eu ajo (isso acontece quando estamos no famoso piloto automático) Dica, anote: em que momentos, em que situações, com quem e se isso favorece o seu equilíbrio?

Opção 2. Eu penso, eu sinto, eu gostaria, eu aspiro a, eu ajo ( isso acontece com um ser humano que não está no piloto automático).

Dica, anote: em que momentos, em que situações, com quem?

A partir das respostas, o que você gostaria de melhorar?

“Estar presente em si mesmo é aprender a estar no seu corpo e sentir as suas emoções”.

Fontes:

Albrecht, Karl. Inteligência Prática: Arte e Ciência do Senso Comum – 2008 – São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda.

James, Oliver. Van Stappen, Anne. Caderno de exercícios para cuidar de si mesmo. 3 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. Como desenvolver a saúde emocional. 1 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

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