Estabelecer uma relação pais e filhos funcional é essencial para o desenvolvimento saudável da criança. E também um grande desafio a ser realizado. De que forma é possível construir um vínculo positivo com as crianças?

No projeto ABC das Emoções nós orientamos os pais para estarem atentos a 5 dicas essenciais para ter uma ótima relação. Confira:

Dica 1 – Diálogo

Conversa é fundamental, concorda? Ter pessoas para trocar ideias e desabafar é algo muito positivo e que pode ajudar a atravessar momentos desafiadores. Com as crianças não é diferente. É preciso ajudar a criança a se posicionar, expressando suas emoções com o uso das palavras, aqui vem importância do diálogo.  Sabemos ainda que o diálogo tem a função de estabelecer a troca de pontos de vista entre duas pessoas, e em se tratando de diálogo entre pais e filhos, ele passa a ter uma função bem mais importante, gera muita responsabilidade, porque é o adulto que auxilia a criança na elaboração cognitiva sobre suas múltiplas e difusas sensações e emoções.

Pensando assim, pais podem e devem ser os agentes fundamentais de prevenção de saúde mental, emocional e comportamental, incentivando seu filho a identificar as próprias necessidades, ser capaz de dar “nomes” aos seus sentimentos, ordenar seus pensamentos e, a partir dessa conversa produtiva com o adulto, ter maior tranquilidade em se posicionar no mundo que o cerca com grande quantidade de estímulos.

Quando a criança consegue ter um bom diálogo com seus pais ela poderá e irá conversar sobre seus medos e as suas angústias, pois terá a confiança na relação e se sentirá acolhida, segura de que receberá a ajuda que necessita dos adultos.

Fique de olho se seu filho está agitado, agressivo, com insônia, sem amiguinhos e/ou apresentando sinais de ansiedade. Se tiver dificuldades em iniciar um diálogo, procure a ajuda especializada. Profissionais capacitados podem dar dicas práticas para melhorar a comunicação e obter resultados de forma mais rápida e assertiva.

Reflita sobre:

  • Como é a comunicação entre você e seu filho?
  • Você sabe se expressar de forma clara e objetiva?
  • Fala o conteúdo junto com a devida e respectiva emoção?
  • Como o seu filho expressa suas emoções?

E lembre-se que você deve constantemente:

  • Fazer contato com seu filho para percebê-lo e senti-lo perto de você;
  • Ouça ele, tenha boas conversas, dê voz a ele;
  • Dê espaço a ele por meio de uma brincadeira de bonecos por exemplo, onde ele representará inconscientemente as suas angústias e pode expressar onde ou em quem está a sua questão relacional. Temos várias dicas. Entre elas estão os fantoches das emoções – vem junto a história do Lino que é muito inspiradora, confira! E tem também o dado das emoções. Uma divertida forma de falar de nossos sentimentos.

Aqui também tem mais uma sugestão: RODA DE ESCOLHAS DA RAIVA que pode ser utilizada naqueles momentos em que a criança está com raiva.

RODA DE ESCOLHAS DA RAIVA

  • Ensine a criança que seus sentimentos são sempre válidos, mas que o que decidimos fazer nem sempre é adequado;
  • Em um momento que seu filho estiver calmo, apresente a roda de escolhas da raiva e mostre alternativas respeitosas para expressar a irritação.
  • Quando seu filho estiver com raiva, valide seus sentimentos e então ofereça uma escolha: “O que te ajudaria agora – uma pausa positiva ou a roda de escolhas?” (Série Disciplina Positiva).

Dica 2 – Confiança

Estabelecer confiança entre pais e filhos é praticamente orgânico, se inicia pela dependência desde o nascimento, a qual se estabelece pela própria sobrevivência, porém só ocorre se a criança não for privada de alimento, de cuidados básicos, de tempo e de muito afeto, porque diante dessas privações ela não tem chance de confiar plenamente em seus cuidadores. Quando existe a sensação de abandono a criança não se entrega para uma relação de confiança, estendendo esse comportamento por todas as relações pela vida.

Mas como estabelecer uma relação de confiança mútua entre pais e filhos?

Lembre-se que o modelo de confiança se estabelece a partir do adulto, então…

Demonstre Confiança

Quando demonstramos confiança em nossos filhos, eles desenvolvem coragem e confiança em si próprios.

  1. Em vez de socorrer, dar sermão ou fazer algo pelo seu filho, diga: “Acredito que você pode dar conta disso”.
  2. As crianças desenvolvem as habilidades de resolução de problemas e fortalecem o “músculo do desapontamento” por meio das experiências.
  3. Valide os sentimentos: “Eu sei que você está chateado. Eu também estaria. E eu confio em você”.

Dica 3 – Segurança

Você já parou para pensar que pais e/ou adultos sem autoconfiança interferem diretamente na construção de segurança e tranquilidade da criança?  Mesmo sem querer, os pais podem transferir muito de seus medos, indecisões, angústias, inseguranças e sua travas emocionais para a relação com a criança, o que poderá conduzir a criança para um comportamento instável, dependente ou até mesmo se retrair diante dos riscos inevitáveis e dos confrontos que a vida irá lhe apresentar invariavelmente.

Kidcoach ajuda a romper barreiras

Um processo de KidCoach poderá auxiliar as famílias a romperem com suas sombras e fantasmas do passado, ajudando-os a perceber que não fazem mais parte da vida adulta. Com atividades lúdicas e exercícios práticos e orientados por profissionais capacitados em diferentes áreas, é possível fortalecer os próprios recursos internos positivos para que possam se apropriar do que tem de melhor e consigam se posicionar com maior segurança, mais firmeza, aumentando sua autoconfiança, sua autoestima, permitindo que as crianças tenham mais segurança diante do mundo que o cerca e se tornem adultos mais seguros e confiantes de si.

Empodere seus filhos

Nossas dicas para que você empodere seus filhos são simples e parte do princípio de que você deve compartilhar o controle com seu filho para que ele possa desenvolver habilidades e para que tenham poder sobre suas vidas.

  • Ensine habilidade de vida;
  • Foque em buscar soluções juntos;
  • Tenha confiança em seu filho;
  • Desapegue (aos poucos);
  • Aumente a percepção dele perguntando: “Como você se sente? O que você acha? Como isso afeta o que você quer para a sua vida.

Dica 4 – Amor

Um sentimento que flui tão bem, e que facilmente pode ser sentido e percebido pela criança que tem um “super sensor” de amor e de não amor, justamente por ter o sistema límbico completamente desenvolvido.

Muitas vezes a criança não compreende, não expressa verbalmente, não sabe nem mesmo conversar sobre o que sente e percebe, mas simplesmente percebe quando é vista como um estorvo, quando é tratada com desconsideração e desprezo, ou quando é acolhida, acalentada e ouvida profunda e verdadeiramente. São essas percepções que a criança vai captando dos adultos (pais, cuidadores e professores) acerca de si, serão registros que irá espelhar de si para consigo mesma também.

Crianças amadas produzem mais ocitocina, hormônio fundamental da formação cerebral, então abusem de afeto seja ele por meio de abraço, beijo, massagem ou outro tipo de carinho. Além disso, a ocitocina acalma todas as partes cerebrais acionadas em situações estressantes e funciona como um preventivo à ansiedade e outros transtornos de comportamento.

Saia da Rotina

Reserve momentos especiais que fujam completamente da sua rotina. Comece por desligar o telefone, escolham atividades da lista que fizeram juntos e que todos curtem. E não precisa ser algo que demande horas, alguns minutos de dedicação total funcionam bem mais do que um dia inteiro sem estar realmente envolvido.

Sugestões com base na idade:

2 a 6 anos: 10  minutos por dia;

7 a 12 anos: pelos menos 30 minutos por semana;

A partir dos 13 anos: uma vez ao mês faça algo com seu filho que ele não conseguiria resistir em aceitar o convite.

Mais Abraços, Menos Brigas

As crianças agem melhor quando elas se sentem melhor. Dessa forma, nossas dicas onde o amor sempre vence:

  • Quando seu filho estiver tendo um ataque de birra, tente pedir um abraço;
  • Se seu filho disser: “Não, diga novamente: “Eu preciso de um abraço”;
  • Se o seu filho continuar negando, diga: “Eu preciso de um abraço, me procure quando estiver pronto para me dar um” (então afaste-se). Você pode se surpreender com o que irá acontecer.

Dica 5 – Brincadeira

A brincadeira é a ferramenta mais poderosa de acesso ao mundo infantil.

Já parou para pensar que é por meio de brincadeiras que a criança consegue expressar emocionalmente o que está sentindo? Muitas vezes, a brincadeira servirá como palco de resolução de incômodos, medos e inseguranças.

Dar espaço para que as crianças brinquem sozinhas é permitir que a criança acione o processo interno de fantasia em associação com a realidade para dar seguimento a autorregulação emocional e, assim, consiga se haver com dores e elaborar, por meio lúdico, percepções ambíguas ou até mesmo assustadoras. Mas elas também precisam brincar com os pais.

Como entrar de cabeça na brincadeira

Você como pai deve estar se perguntando, o que fazer quando há dificuldade de brincar com as crianças?

  1. Reconhecer e reencontrar sua criança interior;
  2. Como foi a sua infância? De quais brincadeiras você mais gostava? E, principalmente, como você cuida da sua criança interior hoje?
  3. Permita-se entrar no mundo lúdico com o seu filho. Divirta-se com ele e perceba as expressões e as representações que ele faz do mundo em sua fantasia.

Quando o adulto se permite viver a brincadeira ao invés de fazer da brincadeira uma obrigação, naturalmente se diverte também e reforça no entendimento da criança que a vida pode ser leve e alegre.

ABC das Emoções

E aí, gostou das 5 dicas de como ter uma ótima relação com seus filhos? Você sente dificuldades em se relacionar com seus filhos?

Assim como aprender a ler e escrever, as crianças precisam aprender desde pequenas a compreender suas emoções, a identificar sentimentos e, dessa forma, compreender seu comportamento e reação ao diferentes ciclos da vida.

Você sabia que existe um espaço especialmente formulado para o pleno desenvolvimento das crianças, auxiliando as famílias a compreender e trabalhar com os sentimentos, emoções e comportamentos das crianças criando, assim, adultos mais seguros, resilientes e fortalecidos psicologicamente para encarrar todos os desafios da vida.

Conheça agora mesmo o ABC das Emoções. Assine nossa News e receba nossas dicas!

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